quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sem Título( I )

Sem Título (I)

Juçara Medeiros Lasmar

Seu cheiro me inebriava
me dava água na boca
a pele rósea aveludada
aumentava a vontade
de te morder
te peguei inteiro
acariciei
sentindo o prazer da pele macia
entre os meu dedos
te abocanhei
mordi
seu suco escorreu pelos meus lábios
eu lambi
arranquei um pedaço com os dentes
ai que delícia
como é gostoso
um pêssego.







Rabo-de-arraia

sábado, 19 de janeiro de 2008

Amo Você

Amo você*

Amo você de manhã
com seu choro faminto
caminhar inseguro.

Amo você ao meio dia
reclamando de tudo
com seus medos e dúvidas.

Amo você de tarde
com suas certezas maduras.

Amo você no início da noite
com seus cabelos brancos
e muita sabedoria.

Amo você no final da noite
com sua mente falhando
seu corpo cansado.

Amo você de madrugada
após sua partida.

Amo você
sempre
o amor é eterno
como você e eu.



Juçara Medeiros Lasmar
14/11/2004
*Uma analogia sobre o amor nas diversas fases da vida.

Sem Título




Sem Título

Trinquei os dentes
em sua pele pretinha
mordi
chupei o suco
que escorria
doce
lambi os lábios
passei a língua
em seu bago
macio
engoli
quis mais
mais
e mais...

Insaciável
eu sou
quando te vejo
agarradinha
no tronco
quero te comer
chupar
não mais parar.


Juçara Medeiros Lasmar

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Partida

Partida

Juçara Medeiros Lasmar

Eu vi quando ele se foi,
devagar
levando uma mochila nas costas,
mochila pesada.
Andava curvo, quase encarquilhado
carregava tudo o que deu errado
nada podia deixar para trás.
Seu tempo acabou
o que foi feito, foi feito
o que restou ele levou
desocupou o lugar
para o outro chegar
novinho, limpo, em branco
para começar do nada
e escrever sua vida
até que o relógio
de 31 de dezembro
dê novamente
as 12 badaladas.