sábado, 22 de setembro de 2007

MINHA SEMPRE PRIMAVERA-Margot de Freitas Santos


MINHA SEMPRE PRIMAVERA

Margot de Freitas Santos



Ó primavera radiante!

O que fazes com meu coração,

Consegues trazer de volta

Histórias, envoltas em emoção.


Contaram-me essa história,

Que insisti em decorar,

A moça mais linda da cidade

Na primavera se fez coroar.


Com seu vestido de tule,

Das flores a companheira,

Era a mais linda rainha

De uma estação altaneira.


Hoje ao olhar seu retrato,

Confirmo a determinação,

Dos que lhe fizeram rainha

Dessa mais linda estação.


Ó primavera radiante!

Que enfeitas o meu jardim,

Agradeço a sua rainha

Que hoje é parte de mim!


( Poema dedicado a mamãe Conceição, rainha da primavera em São João Nepomuceno em 1942 ).


segunda-feira, 17 de setembro de 2007

domingo, 16 de setembro de 2007

O Presente



O PRESENTE



Neste ano que termina voltei a ser menina


Brinquei me diverti e pra infância corri

Ganhei um presente lindo

um trem com vagões infindo...

De crianças especiais todas muito legais

Que enchem de luz e alegria

as manhãs, as noites , os dias....

Levando a quem nele entra

A um tempo que passou

mas que o vento não levou

e que a todos acalenta

O nosso Infância50


A meus amigos do Infância50 com carinho

Gegena

Belo Horizonte, dezembro de 2001

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Folhas Secas-Margot de Freitas Santos


Folha Seca

Margot de Freitas Santos


Qual árvore frondosa, um dia foste.

Folhas verdejantes, tua alma,

Caule viçoso, tua estrutura,

Flores perfumadas, tua alegria.



O cotidiano, de ti roubou a alegria.

Folhas verdejantes, mutaram...secaram.

Sugaram-te a seiva, trazendo a agonia.

Foste secando, esfacelando...ruindo.



Teu corpo...como o caule reclinou.

Folhas secas, rodearam teu corpo.

Mas o coração pulsava, guerreava.

Descompassado, insistia...exasperava.



As folhas secas adubaram teus pés,

As lágrimas alimentaram tuas raízes.

Fortaleceste, reergueste...floriste.

Mulher! Árvore frondosa... ressurgiste!




terça-feira, 11 de setembro de 2007

Fim de Noite - Consoli


Fim de Noite



E assim a noite terminava...
as estrelas emudeceram,
a lua escondeu-se,
boêmios, solitários,
dispersaram-se...

Cadeiras colocadas
sobre as mesas,
portas cerradas.

Ouvia-se só o tintinar
das cordas do violão
do último seresteiro,
que molhado e bêbado,
cambaleava sons
na voz rouca.

Um vento frio passou... levou
os últimos acordes desafinados
e os versos do sonhador.

O penúltimo cigarro da noite
virou guimba perto da lata de
lixo ao lado do poste.

Em frente, junto ao muro,
pedaços de papeis rodopiavam
num remoinho,
como lenços brancos agitados,
na despedida do resto da madrugada.



Cônsoli - 07-05-2002

domingo, 9 de setembro de 2007

Gangorra dos Sonhos - Margot de Freitas Santos



Gangorra dos Sonhos


Margot de Freitas Santos


Noite...silêncio. A cidade dorme.

Saudades me fazem companhia!

Divago...sublime monólogo,

Falo...escuto...respondo...retruco!


O tempo corre. Não permite paradas.

Mas a memória, essa é minha aliada,

Com ela, posso parar o tempo.

E resgatar as relíquias guardadas.


Minha gangorra! Ah! Que saudade!

Base de ferro cravada no chão.

Correntes fortes levavam-me ao céu

Cobrindo de sonhos o meu coração.


Minh`alma clama o leve balanço.

Brisa suave no rosto sentir.

E no remanso misterioso do vai e vem,

De novo sonhar! De novo sorrir!







QUERO TE VER - Jandyra Adami




QUERO TE VER


Eu queria te ver nem que fosse um pouquinho
através da janela, da cortina, ou mesmo lá na rua
Eu queria saber como estás...Teu rosto, teu corpo,
Tudo eu queria... Matar a saudade dentro do peito
Saciar o desejo de te ver de perto, desnudar-te todo
E fugir contigo para qualquer canto onde pudesse
Abraçar e beijar teu corpo nu e molhado,
do sereno da noite ou da chuva...
Eu queria te lamber o corpo e deixar nele
marcas da minha paixão alucinada
Misturar minha saliva à tua, num beijo
prolongado e sem fim
Era assim que eu te queria meu amor
Todinho meu, sem pressa de ir embora,
Solto em meus braços até que eu adormecesse,
de prazer, de amor.... de te possuir
Sem hora marcada, sem ninguém a tua espera...
Sem ninguém a esperar por mim
Serias só meu eternamente e nossas duas vidas
unidas, jamais seriam separadas...
É assim que te quero amor, sempre hei de querer
Ficarei a tua espera anos e anos até que apareças
E se nunca vieres ao meu encontro eu viverei da lembrança,
dos dias em que fui tua e foste meu, pela primeira vez.
A vez primeira quando, em teus braços
me fiz mulher e dei-te o carinho mais puro:
o meu corpo, meu coração e minha alma...


Jandyra
10/02/2002

Flor de Sinceridade - Teca Miranda


Flor de sinceridade
TecaMiranda

Entre arroubos de poesia

a imaginação vagueia perdida;

no azul tingido de nostalgia,

uma suave e triste luz de partida

pousa em flor gotejando saudade,

semente que brota sua verdade.


O coração em rubra cor mente,

na antítese do adeus afirmado

o olhar mostra-se incoerente,

com receio de ser então julgado

despe-se da insensível realidade

e desabrocha flor de sinceridade.



quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Alma de Criança - Jandyra Adami

Alma Criança


Quando a solidão bate em meu peito

Corro para um lugar tranqüilo

E deixo que minha alma criança

saia correndo pelos campos, mares, pelos ares.

Ela rola nas campinas, anda sobre as águas do mar.

Voa, feliz, como uma borboleta, pelo céu azul,

Sem que ninguém a atormente

Livre de preocupações e preconceitos

Sem problemas e feliz... muito feliz

Minha alma criança me leva ao passado

E revivo emoções, momentos sublimes

de amor, de carinho, de amizade...

Me vejo dançando, rosto colado,

com aquele namorado, muito amado,

ouvindo baixinho, palavras de amor

tão sinceras e verdadeiras. Sussurrava também

ao ouvido dele, na dose exata, o que meu coração ditava.

Ao nosso lado não víamos ninguém.

O mundo não existia...Era êxtase...fantasia...Que pensar?

Pensávamos só em nós dois, vivendo aquele momento

que era só nosso. Dezenas de pessoas nos olhavam

mas para nós nada existia...Seria realidade ou fantasia?

Como era bom amar quem nos amava,

Como era bom me saber querida..

O tempo passa...o sol se esconde...

Volto ao presente e minha alma criança

volta para dentro de mim e adormece

Eu olho mais um pouco o céu, o sol se escondendo,

Busco alguma coisa pra levar comigo

deste passeio que acabou e também o sonho.

Só encontro a saudade que vai ficar burilando

meu pensamento, até que eu volte, outro dia,

para deixar sair de mim, da minha fantasia,

a minha alma de criança...

Jandyra Adami
07/03/02

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Prostituta- por Juçara Medeiros Lasmar




Sufrágio-Teca Miranda


Sufrágio

TecaMiranda



Esbate essa ruga do olhar,

toma a brandura dum lago,

desse brilho que faz apaixonar.


Por entre as luas que vago,

cega de amor a procurar,

sentido nesse doce desbrago.


Na ilusão que vem vulgarizar,

um lamento como riso vago,

da loucura que faz volitar.


Prende então meu afago

pois é o que pode levar

desse mar em que naufrago.