sábado, 27 de outubro de 2007

Fantasia

Fantasia
juçara medeiros lasmar

Pingos esparsos começam a cair apesar do sol ainda brilhar. Pouco a pouco a chuva aumenta refrescando nossos corpos encalorados da caminhada. A chuva molha a terra e odor entra em nossas narinas. Eu aspiro profundamente o cheiro de terra molhada. A água escorre pelo meu rosto, seu rosto. A grama macia é um convite a descansarmos. Nossas roupas molhadas, coladas aos corpos que ardem e se inflamam apesar da chuva. Minha língua lambe a água de seus lábios à procura da sua e nos juntamos num frenesi de pernas, braços e abraços. Rolamos na grama molhada, sentimos o cheiro da terra, nos tornamos barro. Nosso prazer se confunde com o barulho da chuva que se intensifica até explodir num trovão.
04/08/02
10h22

Nenhum comentário: