terça-feira, 15 de julho de 2008

Para Você, Tetê - Sergio Hernandes

Bem perto do........


Bem perto do mar te encontrei.
Bem perto do mar, me enamorei.
Bem perto do mar me casei.
Dentro do mar te deixei....

Bem perto do mar viverei.
Bem perto do mar chorarei
Bem perto do mar morrerei.
Dentro do mar, descansarei.

Minh´alma subirá aos céus.
Estando lá, te procurarei.
Bem longe do mar, mas
bem perto de Deus,
enfim te reencontrarei.


Sergio 02/07/08

Sinfonia da Vida - Teca Miranda




Sinfonia da vida
TecaMiranda


Ela agitação.
Ele, calmaria.
Ela, noite.
Ele, dia.
Ela, doce.
Ele, salgado.
Ela, falante.
Ele, calado.
Ele, materialista.
Ela, poesia.
Que alquimia é essa
que consegue juntar sons diferentes
e formar tão linda sinfonia?


Mãe - Jandyra Adami Neves de Carvalho

MÃE
Jandyra Adami Neves de Carvalho


Estou vagando pelo apartamento, sem saber ao certo o que fazer. Faz hoje um ano que para cá mudamos. Foi um dia de alegria e realizações: havíamos conseguido um apartamento de cobertura. Éramos felizes. Mas, hoje, vejo que a alegria era a sua presença. Mesmo nos momentos de discordância, a sua personalidade era marcante.
Hoje, um ano passado, estamos tristes. somos três unidos e três solitários. É a "solidão povoada". Os amigos continuam fiéis. Não se esquecem de você. Mas, há uns que não aceitam ver-nos sem a senhora. Por toda vida nós duas vivemos juntas. Depois veio Antonio e, em seguida, o Junior. Eles se acostumaram com o "quarteto".
Está se aproximando o "Dia das Mães". Sei que vai ser outro dia de "sufoco", de lembranças e lágrimas. Mas as orações nos porão em contacto com a realidade e a gente irá percebendo que a senhora está num plano bem superior ao nosso, onde não há "angustia nem sofrimento".
Vai fazer nove meses que a senhora partiu. Foi o mais triste golpe de minha vida. Eu, que pedia tanto a Deus para ser a primeira... Mas suas orações foram mais bem recebidas, pois a senhora morreu exatamente como pediu a Deus e ao Papa. Foi como o apagar de uma luz, morrer no palco, trabalhando. A senhora morreu fazendo o que sempre gostou: cozinhando. Cozinhando aquilo que comeríamos após o seu funeral. Parece até ironia.

Já pensou Mãe, a senhora com angina, num leito de hospital ou mesmo aqui em casa? Seria horrível. Já pensou, Mãe, a senhora perder um filho ou neto, seres do seu ser, sangue do seu sangue? Seria doloroso. Pensando nisso, a gente chega a agradecer a Deus a maneira como a levou de nós.

O seu quarto continua arrumadinho, conforme a senhora fazia questão: o tapete bem limpo, a máquina de costura com a jarra de flor, o "closet" com suas imagens de santos e remédios seus; a cama com uma colcha bem bonita, a almofada que a senhora fez. É como se estivéssemos esperando a sua volta. No dia 18 de Novembro de 1980, quando a senhora completaria 68 anos, coloquei em sua cama uma rosa, que permanecerá em seu lugar, até que eu vá me encontrar contigo.

Uma rosa. A coisa mais singela que coloquei em sua cama, com todo o amor para que, ao vê-la, todos se lembrem: "Ali repousou uma grande mulher". E acredite: seu lugar em nosso lar é sagrado. Seu quarto jamais será desfeito. A senhora faz parte de nossas vidas.

Festa Junina - Juçara Medeiros Lasmar

Festa Junina
juçara medeiros lasmar

Ai que vontade que dá
comer pipoca
pé-de-moleque
broa de fubá
tomar quentão
soltar rojão
pular fogueira
assar batata
comer canjica
tocar sanfona
dançar a noite inteira
agarradinho
sopro no cangote
de arrepiá
batê as coxa
se encostá
dançando xote
rodopiar
escondê atrais da árvore
pra namorá.
***