terça-feira, 11 de setembro de 2007

Fim de Noite - Consoli


Fim de Noite



E assim a noite terminava...
as estrelas emudeceram,
a lua escondeu-se,
boêmios, solitários,
dispersaram-se...

Cadeiras colocadas
sobre as mesas,
portas cerradas.

Ouvia-se só o tintinar
das cordas do violão
do último seresteiro,
que molhado e bêbado,
cambaleava sons
na voz rouca.

Um vento frio passou... levou
os últimos acordes desafinados
e os versos do sonhador.

O penúltimo cigarro da noite
virou guimba perto da lata de
lixo ao lado do poste.

Em frente, junto ao muro,
pedaços de papeis rodopiavam
num remoinho,
como lenços brancos agitados,
na despedida do resto da madrugada.



Cônsoli - 07-05-2002

2 comentários:

infancia50 disse...

Cônsoli,
o bom poeta faz poesia até com os
papéis no lixo da rua....parabéns,
Gegena

Rabiscos do Coração disse...

Consoli,
Gosto da poesia simples, que fala do cotidiano de uma forma pura e real. Amei “Fim de Noite”.
Margot